:: Para Marcos ::

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Trancar o dedo numa porta dói.
Bater o queixo no chão dói.
Um tapa, um soco, um pontapé doem.
Dói morder a língua!
Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.

Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, da ausência consentida.
Eu posso ficar na sala e você no quarto, sem nos vermos, mas sabemos que estamos lá.
Eu posso ir ao dentista e você para a faculdade, mas sabemos onde.
Eu posso ficar o dia sem ver você, e você um dia sem me ver, mas nos veremos amanhã.
Mas quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se você continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se você continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se você foi ao dermatologista, como prometeu.
Não saber se você tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupado.
Não saber se você continua dando aquele sorriso lindo.
Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos.
Não saber como encontrar tarefas que cessem o pensamento em você.
Não saber como frear as lágrimas diante de uma música.
Não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se você está com outro... e ao mesmo tempo querer saber.
É não saber se você está feliz, e ao mesmo tempo se pudesse perguntaria a todos seus amigos por isso...
Saudade é nunca mais saber de quem se ama e ainda assim doer.
Saudade é isso que senti enquanto escrevia agora... e o que você sentiria, provavelmente, depois que acabasse de ler...

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