"Se sentir amedrontado sempre fará parte das nossas vidas: seja pela influência que alguém pode exercer sobre nós, seja devido à nossa submissão, pelo que poderemos fazer a nós mesmos.
Às vezes damos às pessoas nossas melhores fases, dias, sentimentos. Acabamos até mesmo dando aquilo que não tivemos. Mas o espelho é fosco, não consegue irradiar de volta o brilho que lhe é lançado e tudo aquilo acaba se pulverizando no ar.
As pessoas se desencontram, por um simples gesto, palavra, desejo. Acabam se desviando do caminho que pensaram, um dia, percorrerem juntas. O caminho de volta nem sempre é fácil e mesmo assim quando conseguem vislumbrar, ao longe, algum atalho que poderia levá-las de volta ao ponto de partida, nem sempre estão dispostas a tomá-lo.
Quando e por que razão, se o gostar era mútuo e verdadeiro, a outra pessoa passou a não ter encanto? E tudo que se passa a procurar então é o cheiro de uma nova pele, outro tipo de aproximação?
Aparecem então os questionamentos clássicos: "Quem errou, em que momento? Qual teria sido a palavra inconveniente? Quando aconteceu a primeira incompreensão grave? Porque foi impossível entender-se e recomeçar, partindo desse novo entendimento?"
De repente percebemos: estamos tão distantes, desinteressados. Descobrimo-nos desestimulados, sem abrigo algum.
Mas algumas relações dão certo... - por um tempo ou pelo tempo de uma vida inteira.
Qual seria tal recurso, se é que existe mesmo ao alcanse de nós, ou melhor, alguns privilegiados?
Seria apenas fruto do acaso? Ou é o fato de sermos os donos das nossas próprias rédeas?
Foram arrancadas de nós? Ou as deixamos escorregarem?
Escolhas nem sempre são muito conscientes.
É...a vida não tem muito jeito mesmo."
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