Cá com meus dedos...

|



Engraçado como certas coisas na vida acontecem sem que esperemos por elas. Talvez seja essa a maneira mais sábia de viver: viver sem maiores expectativas diárias. Viver o dia, o momento.
Não sei, não sei...
E com essas surpresas pode acontecer o surgimento de pessoas, situações e junto com isso podemos descobrir algumas coisas boas: pérolas...quase sempre lançadas aos porcos!
Tudo bem, que sejam lançadas, já que evitar isso pode ser um pouco complicado. O importante é que elas rolem ladeira abaixo...e que possam chegar aos que se diferenciam daqueles!
E isso aconteceu! Que bom!
Quero aqui colocar um texto maravilhoso que descobri com toda essa movimentação. Já li muita coisa sobre perdas, separação, rupturas desastrosas que deixam marcas pela vida inteira. Mas esse texto é capaz de dizer quase tudo, na minha opinião. E de quebra ainda dá uma espécie de "receita". Tão simples e clara...como realmente deveria ser. Tudo.
A outra coisa boa que veio junto com isso? Ah...isso aí é uma outra história!
Apreciem o texto!
Abraços
........

A Despedida do Amor

" Existem duas dores de amor:

A primeira é quando a relação termina e a gente, seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva, já que ainda estamos tão embrulhados na dor que não conseguimos ver luz no fim do túnel.

A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.

A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços, a dor de virar desimportante para o ser amado. Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos. A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também...

Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou. Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém. É que, sem se darem conta, não querem se desprender. Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um "souvenir", lembrança de uma época bonita que foi vivida... Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual a gente se apega. Faz parte de nós. Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira entranhou-se na gente, e que só com muito esforço é possível alforriar.

É uma dor mais amena, quase imperceptível. Talvez, por isso, costuma durar mais do que a "dor-de-cotovelo" propriamente dita. É uma dor que nos confunde. Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: "Eu amo, logo existo".

Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente...

E só então a gente poderá amar, de novo."

(Martha Medeiros)

0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por deixar seu comentário!
Ele será lido e publicado posteriormente.

 

©2009 Que não seja imortal, posto que é chama... | Template Blue by TNB